Marcelo Caramori, ex-assessor do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), afirmou em depoimento ao Ministério Público do estado que Márcio de Albuquerque Lima, investigado em um esquema de corrupção na Receita Estadual, foi indicado por Luiz Abi Antoun, para o cargo. Antoun, que é parente de Richa, foi preso por fraudes, só que em licitações.
Já Caramori foi detido em uma investigação sobre uma rede de pedofilia em Londrina, no norte do Paraná. Lima está foragido. O depoimento de Caramori consta em um acordo de delação premiada que ele celebrou com o Ministério Público.
Para os promotores, ele participava de uma quadrilha de exploração sexual de menores na cidade. Após o acordo, ele obteve um alvará de soltura e responderá aos processos em liberdade. Conhecido pelo apelido de Tchello, ele chegou a tatuar o nome de Richa no braço.
Márcio Albuquerque Lima é um antigo parceiro de corridas do governador, que, antes de entrar para a política, participava de provas de automobilismo.
A nomeação para o cargo de inspetor-geral da Receita foi assinada pelo próprio governador e pelo então secretário da Fazenda Luiz Eduardo Sebastiani, que afirmou não saber à época, de qualquer irregularidade envolvendo Lima.
No depoimento, Marcelo Caramori afirmou que o parente de Richa, Antoun, exercia um alto grau de influência nas decisões do governo, o que foi negado pelo Palácio Iguaçu até o momento.
Segundo o delator, Antoun tinha poder para indicar pessoas para cargos na Polícia Militar, Receita e outros órgãos públicos. Os três homens próximos a Richa foram detidos em operações realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de combate ao Crime Organizado (Gaeco), em Londrina. No depoimento, o antigo assessor do governador afirmou ainda, em outro trecho, que teve conhecimento de várias festividades promovidas em Foz do Iguaçu, nas quais estavam presentes Antoun e Lima, além das respectivas famílias.
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