MAIS LIDAS
VER TODOS

Política

'O dinheiro não tinha carimbo', diz operador de propina

GRACILIANO ROCHA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ao explicar seu intrincado sistema de distribuição e compensações de propinas no Brasil e no exterior, o lobista Mário Góes disse ao juiz Sergio Moro que era impossível saber com exatidão a que empreiteira se

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 03.08.2015, 21:46:22 Editado em 27.04.2020, 19:57:43
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

GRACILIANO ROCHA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ao explicar seu intrincado sistema de distribuição e compensações de propinas no Brasil e no exterior, o lobista Mário Góes disse ao juiz Sergio Moro que era impossível saber com exatidão a que empreiteira se referia cada pagamento que fez ao ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco.
"Os valores não tinham carimbo. Recebia [dinheiro nas contas], fazia as contas, tinha outros recebimentos de várias companhias. E nesses valores a gente fazia compensação", disse Góes, mais recente delator da Operação Lava Jato, em audiência nesta segunda.
Barusco foi gerente na Diretoria de Serviços da Petrobras, controlada do PT, e desde fevereiro se tornou um dos principais delatores do esquema de corrupção na estatal.
Para obter redução de pena, Góes aceitou devolver R$ 38 milhões à Petrobras e a contar em detalhes como funcionou o uso de suas empresas para o recebimento de propina para o ex-gerente Pedro Barusco.
Engenheiro naval de formação, o dono da empresa Riomarine voltou a afirmar nesta segunda, diante do juiz Sergio Moro, que firmou dois contratos com a OAS para disfarçar o recebimento de propina que deveria ser entregue a Barusco.
Os serviços de consultoria previstos jamais foram prestados e os pagamentos caíram nas contas da empresa no Brasil.
O lobista também voltou a dizer que recebeu pagamentos da empreiteira Andrade Gutierrez, relativas a propina para Barusco, em contas em nome de offshores na Suíça.
Indagado pelo juiz se tinha conhecimento do repasse de propina na Diretoria de Serviços para o PT, o delator desconversou
"Ele [Barusco] dizia que parte dos pagamentos ia para o partido e ele também não se metia. Eu queria saber menos ainda. Eu nunca soube de nada nem nunca quis saber", disse Góes.
Em ocasiões anteriores, as defesas das duas empreiteiras negaram ter realizado pagamentos de propina para dirigentes da Petrobras e a agentes públicos.

continua após publicidade

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Política

    Deixe seu comentário sobre: "'O dinheiro não tinha carimbo', diz operador de propina"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!