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Em jantar anti-Dilma, Cunha acerta exclusão do PT do comando de CPIs

RANIER BRAGON, ANDRÉIA SADI E AGUIRRE TALENTO BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Apesar de ter declarado que sua boa educação o impediria de fazer um jantar "rival" na mesma noite em que a presidente Dilma Rousseff reunia seus aliados no Palácio da Alvorada, o

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 04.08.2015, 12:25:23 Editado em 27.04.2020, 19:57:42
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RANIER BRAGON, ANDRÉIA SADI E AGUIRRE TALENTO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Apesar de ter declarado que sua boa educação o impediria de fazer um jantar "rival" na mesma noite em que a presidente Dilma Rousseff reunia seus aliados no Palácio da Alvorada, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), promoveu um encontro com a oposição e governistas na noite desta segunda-feira (3).
E, como previsto, foi uma reunião totalmente anti-Planalto. Isso apesar de contar com a presença de vários líderes de bancadas governistas, que chegaram à casa de Cunha -a cerca de 12 quilômetros do Alvorada- após deixar o jantar de Dilma.
"Tinha mais gente no jantar do Eduardo do que no da Dilma", brincou o oposicionista Paulo Pereira da Silva (SD-SP). O encontro de segunda levou Cunha a cancelar o almoço que faria nesta terça (4) com seus aliados.
De acordo com relatos, o presidente da Câmara acertou com a oposição e com parte da base de Dilma a exclusão do PT dos postos de comando das duas CPIs que têm grande potencial de desgaste para o governo: as que vão investigar supostas irregularidades no BNDES e nos fundos de pensão.
A dos fundos será presidida pelo oposicionista DEM -Efraim Filho (PB)- e relatada por um peemedebista aliado de Cunha, Sérgio Souza (PR). A do BNDES será presidida pelo peemedebista Marcos Rotta (AM) e relatada pelo PR -Márcio Alvino (SP). O oposicionista PSDB ficará com a presidência da uma outra CPI, a de crimes cibernéticos.
Cunha é hoje adversário declarado do governo. Ele afirma haver uma dobradinha sigilosa entre o Planalto e o Ministério Público Federal para incriminá-lo na Operação Lava Jato. Adversários afirmam, entretanto, que ele usa o embate político como cortina de fumaça contra as investigações.
Cunha é apontado por dois delatores da Lava Jato como destinatário de propina do esquema de corrupção na Petrobras. Seu nome aparece também em requerimentos que, segundo esses delatores, foram usados na Câmara para achacar fornecedores da estatal.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), se reuniu na manhã desta terça com Cunha para tentar contornar o estrago.
"Não tem essa de excluir o PT, é a segunda maior bancada da Casa. Quem decide é a base [governista]", afirmou.
IMPEACHMENT
Ainda segundo participantes do encontro, o impeachment foi um tema bastante discutido. A avaliação mais consensual é a de que é preciso aguardar a recomendação do Tribunal de Contas da União sobre as contas de Dilma relativas a 2014.
Caso haja o parecer pela rejeição -o Congresso é quem dá a palavra final-, alguns defendem que Cunha autorize a tramitação do pedido de impeachment.
O peemedebista tem dado sinais de que pretende fazer isso, mas segundo participantes do encontro de segunda, ele teria anunciado um outro caminho. Ele rejeitaria o pedido de impeachment, mas a oposição recorreria ao plenário. Com isso, bastaria os votos da maioria dos presentes à sessão para reverter a decisão.
Cunha afirmou que no jantar só ouviu os comentários da oposição sobre impeachment e que não se manifestou.

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