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Não há homens imprescindíveis, diz Mujica ao lado de Lula

DANIELA LIMA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - "Não há homens imprescindíveis. Há causas imprescindíveis." Foi assim, num recado duro e direto contra o personalismo na política, que o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, iniciou seu discurso em evento promo

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 29.08.2015, 16:43:06 Editado em 27.04.2020, 19:57:03
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DANIELA LIMA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - "Não há homens imprescindíveis. Há causas imprescindíveis." Foi assim, num recado duro e direto contra o personalismo na política, que o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, iniciou seu discurso em evento promovido pela Prefeitura de São Bernardo do Campo, neste sábado (29).
Ao lado dele, estava o homem que é a maior figura do petismo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Mãos entrelaçadas, Lula chegou a aplaudir algumas vezes a fala do amigo, a quem se referiu como "Pepito". Mas o recado de Mujica poderia ter soado incômodo, especialmente pela crise que vive o Brasil e o PT.
Mujica disse que os partidos são fundamentais em uma democracia, porque os governos se "guiam pelo hoje", enquanto as siglas "lutam pelo amanhã".
A utopia, no entanto, ponderou Mujica, não impede que essas estruturas "adoeçam". "Os partidos adoecem quando se transformam em agências de emprego. Porque são assim os seres humanos", disse em tom de lamento.
DINHEIRO
Mujica voltou a dizer que quem busca dinheiro não deve se empenhar na política. Segundo ele, a riqueza que se busca na política é "o carinho das pessoas".
"Gente que gosta de dinheiro deve para o comércio, a indústria... e pagar impostos", arrematou em tom de galhofa.
Mujica se notabilizou por, mesmo eleito, não ter deixado de lado os hábitos simples e a aparência humilde. Virou notícia no mundo por ter mantido seu fusca azul antigo como meio de locomoção e também por ter aparecido de chinelos, com os pés desgastados à mostra, em uma cerimônia pública.
Alçado ao posto de ídolo da esquerda na América Latina, condenou os que, eleitos, se consideram reis. "A república não deve adoecer de monarquia. Não deve confundir um presidente com um monarca. O presidente ganhou um voto de confiança das pessoas", salientou.
RESPEITO ÀS DIFERENÇAS
Por fim, disse que os líderes precisam "sobretudo" aprender a respeitar "os que pensam diferente". "Quanto mais duro é o confronto entre as classes sociais, mais difícil é toda a recuperação. Não se deve jogar com fogo."
Mujica falou por menos de 20 minutos, sentado na cadeira que lhe cederam no centro do palco. Pouco depois de sua fala, viu Lula se levantar, caminhar em direção ao púlpito e falar por quase uma hora sobre diversos temas, entre eles o "o ódio" e a "raiva irracional" das elites contra o PT.
"É a primeira vez que eu vejo uma luta de classes de cima para baixo", disse o ex-presidente brasileiro, ao falar sobre a insatisfação expressa nas ruas do país contra sua sigla.
Lula viu sua popularidade cair e o governo de sua sucessora ruir nos primeiros oito meses deste ano. A gestão Dilma chegou a 8% de aprovação, abalada por problemas na economia e sucessivos escândalos de corrupção.
Sem mencionar a presidente, ou os problemas do governo brasileiro, Mujica terminou sua fala dizendo que os partidos têm um aspecto humano importante, de unir os que buscam uma "construção comum" e sentenciou: "Não há pior castigo do que a solidão".

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