ATUALIZADA - Após ato, secretaria de Segurança recebe comissão de sem-teto em SP

FABRÍCIO LOBEL
SÃO PAULO, SP - Um grupo de sem-teto foi recebido por representantes da Secretaria de Segurança Pública na tarde desta terça-feira (29) após um ato do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-teto) pela região central de São Paulo. O protesto foi contra a reintegração de posse do Portal do Povo, na região do Morumbi, ocorrida na manhã de segunda (28).
A comissão afirmou ter sido recebida por Eduardo Dias, assessor da secretaria, que teria se comprometido a abrir uma investigação interna, motivada pela denúncia do movimento.
Ainda segundo o movimento, foi marcada também uma reunião com comandantes da PM, onde o MTST fará reclamações sobre a antecipação da reintegração de posse ocorrida na segunda-feira, e sobre excessos da polícia em atos.
O movimento afirma que a retirada das famílias do Portal do Povo foi antecipada, violando um acordo feito entre o grupo e a Polícia Militar. A Secretaria de Segurança diz que não houve antecipação e que a reintegração aconteceria até o dia 31. A pasta disse ainda que a remoção antes do prazo final evitou conflitos no local.
O protesto desta terça começou na praça Ramos de Azevedo e reuniu cerca de 1.300 pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar. Os organizadores, porém, apontam que esse número pode ter chegado a 3.000. O grupo seguiu em passeata até a secretaria e depois da reunião caminhou até a praça da Sé, onde dispersou.
O líder do MTST, Guilherme Boulos, afirmou que a reintegração pegou as famílias de surpresa. "Fizeram a reintegração de maneira desnecessária. O movimento já havia entrado em acordo com a Polícia Militar para deixar o terreno de maneira pacífica ainda nessa semana", disse ele.
Entre os manifestantes estão famílias que estavam no terreno desocupado e membros do PSOL. O grupo usa bandeiras e um carro de som. Entre os gritos de ordem estão também pedidos para o fim da PM.
OUTROS
Duas novas reintegrações de posse aconteceram na região central de São Paulo na manhã desta terça-feira (29). A retirada das famílias fez com que as ruas da Consolação e a Líbero Badaró fossem bloqueadas. A remoção das pessoas aconteceu de forma pacífica e as vias foram liberadas no início da tarde.