A colheita da safra do café deste ano nos 22 municípios da regional de Ivaiporã, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (SEAB), começou no final de abril. Conforme relatório de acompanhamento das culturas do Departamento de Economia Rural (Deral), o índice de área colhida até a semana passada atingia 5%. A previsão do Deral é que serão colhidas 4,3 mil toneladas do produto em área de 3.7 mil hectares (ha). Esta é a primeira colheita cheia na região após a geada de 2013, que afetou 90% das lavouras.
De acordo com o engenheiro agrônomo do Deral, Sergio Carlos Empinotti, em 2013 os cafezais na região tinha área plantada de 6,4 mil ha, na época foram colhidos 6.3 mil toneladas do produto. Em 2014, já com a área reduzida, os cafeicultores colheram apenas 890 toneladas. “O produtor que não desanimou com a geada e persistiu na cultura terá um bom rendimento neste ano”. A média prevista para a região nesta colheita é de 25 sacas (60 quilos) de café beneficiado por ha.
No município de Grandes Rios, maior produtor de café da regional com área plantada de 1.7 mil ha. à expectativa é que sejam colhidos 27 sacas por ha. Segundo o engenheiro agrônomo da Emater, Nelson Menolli Sobrinho, antes da geada de 2013, o município tinha área plantada com cafezais de cerca de 3 mil ha. “A produção este ano está boa e os produtores vão colher bastante, pena que a área diminuiu”.
Com relação à qualidade do produto, Menolli diz que ainda não é possível fazer previsão. “A maior parte da produção colhida ainda está no terreiro e não é possível afirmar quanto à qualidade. Imagino que até o início da próxima semana será possível ter uma noção melhor”.
A base de café do mercado paranaense é o mercado de Londrina. Ontem, o café tipo 6 bebida dura estava sendo cotado a R$ 420 a saca de 60 quilos. “Neste patamar de preço a remuneração do produtor ainda é pequena. Para se ter uma ideia, de um ano para cá a saca do café limpo caiu U$ 100 dólar”, completa Menolli.
Dificuldades dos cafeicultores
Além dos preços baixos do café, o agrônomo da Emater de Grandes Rios, Nelson Menolli Sobrinho diz que outra dificuldade dos agricultores é a falta de mão de obra que gera custo elevado na colheita. “O problema do preço do café está mais ligado ao nosso custo Brasil, principalmente com a mão de obra. Isso está impedindo que os produtores tenham acesso a um ganho maior. Está muito caro produzir café principalmente aqui no Paraná em razão da mão de obra”, destaca Menolli.
Ainda segundo Menolli, outro problema encontrado pelos produtores com a lavoura de café é a falta de assistência técnica. “Eu acredito que o maior problema de investimento dos cafeicultores ainda está na assistência técnica. É pouca gente auxiliando o produtor na tomada de decisão, ou seja, falta de assistência especializada mesmo”, analisa Menolli.
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