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Hospital dos bichos: de volta à natureza

Depois de chegarem abatidos e, o que não é raro, com sinais de maus tratos, os bichinhos que vivem na área restrita do Bosque Parque das Aves, em Apucarana, encantam com sua recuperação e histórias. Segundo a bióloga responsável pelo espaço, Mirna

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 01.03.2010, 10:54:00 Editado em 27.04.2020, 21:05:57
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Depois de chegarem abatidos e, o que não é raro, com sinais de maus tratos, os bichinhos que vivem na área restrita do Bosque Parque das Aves, em Apucarana, encantam com sua recuperação e histórias.

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Segundo a bióloga responsável pelo espaço, Mirna Sandra de Santis, dez animais, entre répteis, mamíferos e aves passam hoje por reabilitação para serem devolvidos ao seu habitat ou encaminhados aos viveiros do parque, caso tenham sequelas. Desde o início do trabalho, há cerca de um ano, mais de 250 bichinhos, inclusive silvestres, já receberam tratamento.


“Eles ficam em quarentena para avaliação e passam por acompanhamento veterinário até poder deixar a área e conviver com outros animais da espécie”, explica a bióloga.

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A macaca-prego Zilda é uma das que já esbanjam simpatia após recuperar a saúde no bosque. Considerada uma ‘senhora?, ela foi trazida ao Parque das Aves pela Força Verde. A macaca chegou com uma coleira de metal, machucada, magra e com poucos pelos. Hoje, além de apresentar um aspecto completamente diferente, Zilda diverte os companheiros da área. “Às vezes, ela quer sair do viveiro e faz uma cara de piedade. É brincalhona e confia na gente”, conta Mirna.


Conforme ela, outro exemplo satisfatório de reabilitação é um cágado que chegou ao bosque sem uma das patas. “Um cachorro comeu um de seus pés e o animalzinho passou por uma cirurgia. Ele já está andando de novo, mas vamos esperar ainda uma melhor cicatrização para que ele saia da área restrita”, comenta. Um cágado um pouco menor também foi parar no parque com a boca quebrada e a cabeça machucada.


“Os animais são trazidos até o bosque por doação, pessoas que os acham nas ruas, ou pelo Ibama e a Força Verde, após serem apreendidos. Só no ano passado, recebemos 62 aves que seriam comercializadas em Arapongas”, relata a bióloga, ao lembrar que a venda, armazenamento ou transporte de animais silvestres ou em extinção é ilegal.

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Mirna define a participação no processo de reabilitação dos animais como gratificante. “É uma benção de Deus poder vê-los melhorando, alegres e saudáveis. Vemos o quanto a natureza é linda”, pontua.
 


“Eles não sabem mais voar”


O casal de pombas João e Maria chegou ainda filhote ao Bosque Parque das Aves. A bióloga responsável pela área, Mirna Sandra de Santis, recorda que Maria tinha uma das patas quebradas. “Os dois passarinhos caíram do ninho e foram trazidos por um menino. Eram tão pequenos que não sabíamos nem que tipo de ave eram”, diz. Nos próximos dias, João deve voltar ao seu habitat, mas Maria, devido à lesão, continuará no viveiro.

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Mirna assinala que parte detas aves têm dificuldade para sobreviver sozinhas. É o que acontece com um dos papagaios assistidos. “Muitas vezes, os animais foram mantidos em cativeiro por tanto tempo que não sabem mais como é voar. Por isso, para que não corram o risco de morrer, continuam no bosque”, explica.


SAGUIS - O sagui Jimy é outro animalzinho que pode ter sido trazido de um cativeiro. “Ele estava com o maxilar deslocado quando foi entregue por um voluntário. Mas, nestes casos, ninguém nunca se identifica como dono”, ressalta.

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Já a sagui Chiquinha, instalada em outro criadouro, foi para a área de reabilitação do parque após um desentendimento familiar. “A mãe não a quis mais depois de uma gestação. Elas brigaram e Chiquinha se machucou muito”, conta.


Caso semelhante aconteceu nesta semana, quando um dos trigêmeos recém-nascidos de sagui-tufo-branco foi rejeitado pelos pais. O animal agora precisa de cuidados permanentes da equipe do bosque até que possa se manter aquecido sozinho. (A.L.)
 


Parque já tem associação


Com 235 animais, o Bosque Parque das Aves recebe cerca de 760 visitantes aos domingos, em Apucarana. A estrutura é mantida pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo (Sematur), com apoio de parceiros.
Uma entidade também foi criada para auxiliar as atividades. Trata-se da Associação dos Amigos do Bosque, que já tem pelo menos 20 membros.


“A idéia surgiu porque muita gente queria nos ajudar, mas não sabia como. Agora vai ficar mais fácil”, afirma a bióloga Mirna Sandra de Santis. Um evento em março deve lançar oficialmente a associação. (A.L.)
 

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